
Lá pelas 12h45, apareço no balcão da padaria ao lado da paróquia de Nossa Senhora de Fátima, Vila Dionísia, Nova Cachoeirinha, zona norte. Peço uma cerveja.
Quero que o tempo execute as minhas chances paternas e as minhas oportunidades impossíveis. Abro as mãos lembrando-me da cigana que lá pelas 11h45 do passado leu as linhas e profetizou a sina de que eu não teria filhos. Curtas, compridas as linhas levam aos sonhos as permanências enclausuradas em caixas de ferro.
Insana e solitária sensação de estômago vazio exige mais cerveja. Os pensamentos no boqueirão das culpas tenta me vitimar com pastéis inocentes e carolinas púdicas. A cerveja inadiável chega gelada.
Com acenos de boa vizinhança um senhor moreno de cabelos brancos, desleixados, ao ver o cigarro ainda por acender prolongando-se nos meus dedos feito ludíbrios que não ultrapassam as linhas da quiromancia aproxima-se. Oferece-me o isqueiro.
Lá pelas 13h45, almoço o tédio na casa do domingo.
Cinco anos depois deste domingo no balcão da padaria: 2009, passo o dia dos pais em Boituva, com a Kelly, Márcio, Bianca e João Pedro. Casa em construção, janelas de ar nos vidros ausentes, águas presentes.
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