domingo, 9 de agosto de 2009

DIA DOS PAIS NÔMADE


Lá pelas 12h45, apareço no balcão da padaria ao lado da paróquia de Nossa Senhora de Fátima, Vila Dionísia, Nova Cachoeirinha, zona norte. Peço uma cerveja.
Quero que o tempo execute as minhas chances paternas e as minhas oportunidades impossíveis. Abro as mãos lembrando-me da cigana que lá pelas 11h45 do passado leu as linhas e profetizou a sina de que eu não teria filhos. Curtas, compridas as linhas levam aos sonhos as permanências enclausuradas em caixas de ferro.
Insana e solitária sensação de estômago vazio exige mais cerveja. Os pensamentos no boqueirão das culpas tenta me vitimar com pastéis inocentes e carolinas púdicas. A cerveja inadiável chega gelada.
Com acenos de boa vizinhança um senhor moreno de cabelos brancos, desleixados, ao ver o cigarro ainda por acender prolongando-se nos meus dedos feito ludíbrios que não ultrapassam as linhas da quiromancia aproxima-se. Oferece-me o isqueiro.
Lá pelas 13h45, almoço o tédio na casa do domingo.

Um comentário:

  1. Cinco anos depois deste domingo no balcão da padaria: 2009, passo o dia dos pais em Boituva, com a Kelly, Márcio, Bianca e João Pedro. Casa em construção, janelas de ar nos vidros ausentes, águas presentes.

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