terça-feira, 8 de dezembro de 2009

NESSAS NOITES


Nessas noites curtas, contumazes, os sonhos fazem fronteiras com insônias e imaginações. Sob os cobertores, dobras de panos e letras, estico as pernas expulsando as dores das cãimbras.
Os músculos e os ossos buscam palavras em silêncio de cidade longínqua. Meu peito cheio de catarro desvia a garganta da pureza do som. Faço das tosses um grito inverso.
Expulso as nódoas, vislumbro as estrelas. A noite está tão neblinosa que nem as palavras mais doces, ternas, chegam aos meus sonhos com facilidade.
A demora me encurta. Quero dormir. Ir com o sono à cidade mais próxima, mesmo se as mãos se desatarem nos aclives dos versos em sussurros.

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