
Retiro da noite acelerada o som das perspectivas. A vida tem momentos de um mundo estranho fora do apartamento perdido em um ponto obscuro do espaço. Os acontecimentos das horas nascem do nada dos nadas urbanos auxiliados pela lógica das lógicas urbanas. Nos instantes finais perambulo por ruas desertas com o suor virado sangue. Não sinto medo quando uma porta se abre e surgem as ciladas, as dissimulações, os erros integrados a um copo de água, a um tablete de chocolate 200 gramas. Mastigo e engulo o fragmento da confeitaria. Provo a água das labaredas do insólito. Até o amor, desconexado dos ecos e respostas, dói. Cidades paralelas, vidas anormais e agônicas.
Recoloco na noite acelerada o som das perspectivas. A porta. Vou à cozinha. Tremores. O café ao se derramar na esponja da pia tinge a espuma do sabão em pedra em ondas. Nos momentos iniciais, dentro do apartamento perdido em um ponto obscuro do espaço, sangue retornado suor, sonho em tomar banho de sol integrado a um protetor feito de óleo de cenoura, 110 mililitros, no solário dos desejos. Derramo e aplico o produto da cosmética. Provo na imersão o sabor dos anseios. Até a dor, conexada aos mergulhos e estrelas, ama. Cidades transitáveis, vidas normais e prazerosas.
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