segunda-feira, 29 de junho de 2009

QUEDA FECHADA


Invólucro momentâneo. Escapo da cidade, rede, arame farpado, dos cachorros ferozes, vigilantes urbanos. O apartamento se fecha imundo. Dos automóveis os sons das buzinas, freadas bruscas e as luzes dos faróis se instalam na audição. Os objetos, panos e papéis, me fazem cenário da limpeza urgente do apartamento. O piso é puro pó, vassoura, pano umedecido com água sanitária. Piso em falso. Escorrego violento. Dor de cabeça repentina, joelhos batidos no chão, mãos espalmadas na terra. Depois da água com açúcar, susto, oração ao protetor. Mesmo com a queda a limpeza é concluída na fuga da tarde passageira. A noite se avoluma, ventos e as luzes dos faróis que se projetam na cortina da sala. O invólucro não se desfaz.

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