
De um instante que vem do início do dia, entre o final da madrugada e o começo das palavras, o silêncio apodera-se da boca. Talvez seja esse assenhoreamento, essa posse a melancolia que não pede desculpas, ônibus aceso no asfalto sob o semáforo orientado pelas mudanças das cores.
Ou será o silêncio alguém a mais na nossa vida além dos nascimentos, ritos de passagens, amores, casamentos e perdas? Nenhuma palavra pronuncio durante o café com leite até o bife do almoço.
Depois da sobremesa o açúcar retira as palavras da boca. São palavras feitas de outras palavras, significados claros, saídas da catedral sem destino do madrugador diário.
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