
BOM-DIA! QUEM É QUE ESTÁ FALANDO?
O silêncio resplandece. É um rádio, apenas, que faz companhia ao chapeiro do trailer de sanduíches. Passos largos são os nossos. Não escuto a resposta. As sombras continuam a se projetar no chão, nas paredes.
AINDA É CEDO AMOR,
MAL COMEÇASTE A CONHECER A VIDA,
JÁ ANUNCIAS A HORA DA PARTIDA,
SEM SABER MESMO O RUMO QUE IRÁS TOMAR...
Canto em silêncio a música. Linhas de trens imaginárias geram a automotriz que percorre os litorais feitos de águas de rosas. O dia amanhece sem início ou final. A cidade executa a autoplastia enquanto fabrica desvios, obras públicas, buracos, automóveis. O perfume das rosas quase nada cabe em frasco plástico. Mistura-se ao cheiro das frituras, óleo diesel, portas ensanguentadas, postos médicos lotados, hospitais públicos sem leitos. Os crachás sobreviventes abrem as catracas. As fábricas trocam de turno. A lua deixa o sol entrar. O operariado busca o diálogo, reinvidica ajustes salariais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
INTERESSOU? COMENTE!
: