quinta-feira, 2 de julho de 2009

CÓRPUS CRÍÇTI


A hora da madrugada, visível a olho nu, marcada no visor digital do relógio que me desperta com gargalhadas. Banho sôfrego. As ruas escuras. Fixo-me no caminho. Sobre a linha ferroviária, depois da passarela, as pastelarias estão abertas. Faróis turriformes e luzes dos automóveis passam como lanternas em auroras, direção alumiada de olhos para olhos. A caça vê o caçador. O caçador se infiltra nos olhares da caça à procura das pronúncias da cidade dos textos.
As portas das casas permanecem lacradas. O andarilho penetra nos sons, estampidos e latidos dos cachorros. Imagina nomes novos para as ruas. Passos largos. Risos calados. O temor se torna o ostensório das emoções consagradas. As ruas poderiam estar enfeitadas com flores, tapetes coloridos construídos com serragens.
E nem é hoje a quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade. No asfalto a realidade é a poça d'água bastante. A hora convive com a Eucaristia, olhar invisível refletido no pão, pastel, coxinha, vinho, refresco e refrigerante.

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