sexta-feira, 3 de julho de 2009

LEGENDA


O som das britadeiras faz o barulho na cidade se encorpar ao globo celeste da sala. Nada se conversa nesses zodíacos de atrações e amores. Só o susto e o assombro poluem os silêncios de círculos. Ventanias de desertos nas palavras azuis provocam cegueiras nas audições. As obras são públicas. As construções civis. Realidades de cidadanias que não são vistas pelos departamentos do mundo, blocos latinos, praça Brasil, repletos de esferas e casuísmos.
Os operários se afundam no pântano de asfalto, bolo de miséria coberto com estandarte e pedregulho. As britadeiras me socorrem com o poderio elétrico de provocar ruído e desestabilizar a antítese da gritaria. Os corações se esfarelam nos ferros retorcidos das brocas nos abstratos e concretos. Os raciocínios se fundem aos vazios criados pelos jubilosos objetivos das destruições.
Passa-se o tempo igual e perante ao que é, sob o céu e o sol, vivo. Avanço rumo à divisa do progresso da desordem.

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