domingo, 2 de agosto de 2009

ENIGMA


O azul da tarde torna-se escuro. A noite de domingo se incorpora à revoada dos brilhos. Levanto-me da cama para um último caminhar. Na televisão, o programa esportivo é a certeza de que o sono se aproxima.
Vou beber água. O olhar detecta próximo à geladeira uma mancha negra e estranha no piso. Fico paralisado. Observo aquela feiúra estática, medonha. Pego a página do jornal. Dobro-a em quatro partes. Ataco o monstro alienígena. Ele é mais rápido. Sai a se arrastar em velocidade surpreendente. Entra sob o tapete da cozinha. Fica quieto, sem olhos e ventos. A fúria se dilata nas minhas pupilas. Com a escumadeira bato forte sobre o tapete em direção ao enigma.
Chamo Ella. Conto-lhe da aparição do sortilégio. Viro o tapete. O anátema está despedaçado. Jogamos a coisa obscura no lixo.
Retornamos à televisão. Ella troca o canal e me pergunta: - O que é aquilo na cidade?

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