
Os sentimentos fazem blitze na imaginação do domingo. Não invento histórias. Ao anoitecer, sem pés e sem cabeça, durante a oração da hora do ângelus, entro debaixo dos cobertores.
Sono voraz aciono o menu da televisão. Ativo a função soneca: 15 minutos. Coloco as mãos fora dos travesseiros. É quando Kella e Della chegam. Oferecem-me a primeira palavra dos olhares, ares das graças. As duas vozes femininas se aproximam do meu corpo. Mãos dadas enquanto desativo, botão return, a voracidade do sono.
Nossos diálogos fluem como se os pés e a cabeça revertessem desaparecimentos em benefício dos encontros. Eu as percebo. Elas me abraçam e me beijam fora da grade de programação das emissoras televisuais.
Duas mulheres diferentes. Filhas dos sorrisos das igualdades. Uma é loira. A outra é morena. Deixam nas minhas mãos os acenos das despedidas, os perfumes das correspondências e o controle remoto da tevê.
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