segunda-feira, 17 de agosto de 2009

DOR, DORES


O coração quando doi traz pontadas ofegantes. Quero ir ao dentista. Alimento-me de peixes. São mais macios do que coxão mole. Sem sorrisos a cura custa dinheiro. Comer peixes, não são dentígeros, faz bem ao coração.
Vibram em repentes os joelhos. Defeito na articulação do fêmur com a tíbia. Tosses e o cachorro se encarna rouco nas laringes. Desejo morder o cão, mas a coqueluche aperta com os dentes infecciosos o aparelho respiratório.
Infantil e banguela a dor de barriga ataca os sonhos em qualquer esquina. Dores nas costas procuram asas para corroer quando voam a mostrar os dentes à espinha dorsal.
Ainda existem as dores que doem a vida inteira. Essas são, às vezes coletivas, as dores mais tristes, dentadas e imunes aos chás, às palavras dos peixes, aos analgésicos, às anestesias.

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