
De uma margem para a outra margem passo de rio na barraca dos pertences para feijoada, vasos de flores nos joelhos de porcos.
Ouço os dizeres do apanhador e vendedor de caranguejos de prosa afiada, língua de fogo e polvilho, pernas finas. Fervoroso distrai os fregueses com casos retirados do mangue.
Balcão do sanduíche abastado de mortadela, jiló e torresmo na pausa e na espera do fim da cerveja.
De uma outra margem para a margem passo de rio na barraca das alcaparras gigantes, alfaces, agriões, rúculas, tomates. Vinagres e azeites me guiam na correnteza sabática do Mercado da Lapa.
As carnes dependuradas nos ganchos dos açougues dos raios de sol.
Ervas e sais temperam os passos descalços dos desejos.
Confeitos de figo, pastilhas coloridas de açúcar, essências perfumadas, doces e bolos ao lado dos peixes, cabeças e dentes de alho, frangos e ovos, queijos, manteigas, pães nossos de cada dia.
Mergulho e deságuo no mar.
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