
É mais ou menos assim: de surpresa chego ao terminal de ônibus de Pirituba. Domingo leva às ruas pessoas desprovidas de posse, povo do Brasil trajando brechós de malhas e chitas. Entro em uma lotação para realizar o restante do caminho.
Uma garota me chama a atenção. Magra, alta, dona de rosto impressionista. O pai e a mãe são seus acompanhantes. Idosos falantes. A mãe avisa ao trocador que não conhecem o caminho. Irão descer, segundo o pai, no ponto do Forró do Xis e que há uma padaria do outro lado da rua.
A falta de conhecimento acontece. Ninguém sabe onde fica o tal Forró do Xis. Até eu sou indagado pelo motorista:
- Sabe onde é esse Forró do Xis?
Não conheço o local. Estou apenas indo almoçar mais perto. Sou um alienígena.
Mais adiante entra na lotação um rapaz nascido na região. E tudo se resolve para a felicidade da filha, dona também de rosto expressionista. Ela já não suporta a agonia dos pais.
- Nunca existiu por essas bandas nenhum Forró do Xis, e sim Forró do Guima. -esclarece o passageiro autóctone.
Realmente há uma padaria, escassa, do outro lado da rua.
Muito depois do almoço, noite estrelada, retorno para o longe mais ou menos assim.
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