quarta-feira, 16 de setembro de 2009

CORPOS


- Quem é voce?
Nenhum sinal de chuva no céu da cidade. Ela me fala com os olhares distantes. Encontro-me com essa mulher de repente. Caminho na rua Formosa, centro da cidade. Talvez eu almeje ir aos Correios.
Vejo-a a andar a êsmo próxima do restaurante Guanabara. Chego bem perto: aparência cuidada, traja calça jeans, camiseta vermelha, bracelete dourado. Seus cabelos aloirados cheiram à maçã verde. Os olhos fundos, calados.
As palavras que pronuncia são sobre tempestades. Ela não sabe me dizer de onde vem, para onde vai. Nada se lembra! Nem mesmo o seu nome flutua atônito ou naufrágo na memória.
Segura em minha mão. Caminhamos. Percebo a inexistência das cartas, a solidão dos destinos, os viajantes paralelos...

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