
Gostaria de fluir, passar pelo túnel com farturas de espaços. No entanto, o semáforo no cruzamento paralisa movimentos. A semiologia se congestiona.
Eu dentro do táxi, rádio ligado. O taxista acompanha a cantarolar com desafinos uma canção brega-romântica. Por todos os lados os automóveis se parecem com feras esfomeadas prontas para o ataque.
Os bancos, em composição com a cidade cinza, mostram multidões de digitadores de senhas em suas saletas de autoatendimento.
Os paisagismos, complementos da arquitetura do concreto, modificam-se com as poluições visuais ocasionadas por cartazes, faixas, banners e panfletos dos candidatos aos cargos públicos.
Entrada. Retidos no túnel os olhares se deparam com os restos das construções. Obras públicas, montes de pó, acúmulos de carros. Claustrofobia repentina, tomografia que aperta nos retrovisores os sentimentos nas minúcias do túnel.
O t te tem temp tempo opmet pmet met et t O.
Saída: veículos, poluições sonoras, semáforos, bancos, propagandas políticas.
Comunico ao taxista-cantor que vou descer. Pago a corrida. Saio do táxi. Sigo o destino lado a lado, sem separação física, com o Passa-Rápido.
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