
Por onde começar a invenção da cidade?
Primeiro escrevo sobre a noite sem lhe roubar as escuridões e as estrelas. Em seguida abro a janela com o intuito de perder algo valioso: cintilações. Mãos ventaneiras aliadas aos esquecimentos e às distrações constróem as perdas. Depois a ventania vai embora. Resta à memória o som do monólogo do relógio da parede.
Posso também inventar os doces insones, sonhadores. O mel e o açúcar geram confeiteiros nas colmeias e nos engenhos da cidade. As noites, as perdas e os doces ainda precisam de nomes, dias, encontros e sais, que necessitam de sons, claridades, andanças e vivacidades, que carecem de silêncios, tons, esquinas e gestos, que por sua vez chamam...
Por isso a invenção não se finda.
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