domingo, 4 de outubro de 2009

DE UM TEMPO QUE SE ACORDA, SE SENTE


De um tempo que se acorda, se sente, para o resto do dia, a presença orgânica de uma mancha, alma que não se desgruda do corpo mesmo lavando as mãos com sonhos.
Ruas que se atiram no expediente da fé das palavras de cada Querido Diário. Trajeto do sangue, suores frios e quentes, das manifestações de repúdio atacadas com bombas de gás lacrimogêneo.
Mas nada retira as nódoas das pedras mesmo lavando com milagres as promessas aos santos reluzentes. Nessa luz o tempo é o corpo presente nos altares e cassetetes.
A fome retrocede a tentativa de enganá-la com copos de água. Depois do almoço o mal-estar nos devora feito sobremesa.
Ao final da tarde, sem reservar horários de alegrias, o corpo finda o domingo, o ficar triste pra caralho.

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