
Pessoas surgem em todos os lugares, lados, sentidos. Passam nos nossos olhares sem nenhuma pergunta, sem história, sem inícios.
Quando me sinto atraído por uma pessoa que passa, o movimento veloz não se segura em minhas mãos de uma hora para outra.
É mais ou menos assim quando, na repetição dos pré-amanhecimentos ao sair do apartamento para os textos, a vejo pela primeira vez: eu desço a rua pelo lado direito. A moça de dentes salientes sobe a rua pelo lado esquerdo. Chamo-a em silêncio de Dentinho. Não lhe pergunto o nome. Faltam-me a coragem e a pureza próprias das águas das selvas.
Hoje o encontro acontece fora do manto lunar ao retornar dos textos sob a luz solar. Subo a rua pela calçada esquerda. Amorenada, Dentinho desce a rua pela calçada direita.
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