terça-feira, 10 de novembro de 2009

RUAS


Descobrir-se nas ruas é dor e prazer eufóricos e momentâneos.
Calhamaço de ruas na cidade dos textos.
Ruas lisas, prematuras, inocentes, vaporosas, antigas.
Outras ruas demoníacas, maliciosas, modernas, vulgares, terrenas.
Ruas são diferentes, no entanto ficam próximas, tecem distâncias abraçadas, mãos dadas, namoro das extremidades com as vontades.
Sapatos de couro e pneus de borracha. Lona do circo próximo às vielas das periferias, linho e seda vendidos aos olhos da cara nas butiques das alamedas.
Veias ininterruptas no coração citadino são as ruas.
Ruas das noivas, dos eletricistas, dos estereofônicos, dos bancários, das vestais, das putas, dos buscadores de lixo, dos esconderijos, dos travestis, dos navegadores do luxo, dos garotos de programa, das bocas desleixadas dos fumos, das bocas e cosméticos das patrícias e dos maurícios, dos cadeados e das chaves, dos pulos, das maratonas e procissões, ruas ladrilhadas com pedrinhas de brilhante, dos encontros e separações.
Ruas para rueiro nenhum botar defeito.

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