quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

NOSSAS NOITES MAIS FELIZES


Lunático permaneço fechado em cada minuto das horas anatômicas de um dia afastado dos outros dias mais remotos que o dia de hoje.
Com tantas chuvas cercam-nos fechaduras e dissecações manchadas de lodo. Amanheço, vejo-me no espelho, cismativo com os dias da cidade dos textos.
Afasto do caminho a hora comercial e o almoço em alto-mar na rede dos pescadores entardecidos. Sacio-me no esquecimento, nas distantes lembranças dos meus, dos seus, dos nossos dias mais ensolarados e felizes.
Com tantas chuvas cercam-nos em segundos as semanas, meses, anos resignados com as memórias falhas, correntezas dos dias.
Meu rosto é palavra, calendário, folhinha e reflexo virado ao avesso na inquieta liberdade das esperas lunares.

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