quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

ZELADOR ANDARILHO NÃO RETORNA (JANITOR GOOD WALKER DON'T RETURN)


O verão no último dia do ano de 2004 mareja mudo na cidade dos textos repartida no universo falado do mundo. O sol dublado se indispõe com as janelas fechadas do apartamento. Ouço o barulho legendado do caminhão de lixo. Comprovo, na escuridão da poltrona lustrada, os raios dos equívocos sonoros em dolby system. O som se origina é do caminhão preto-e-branco de mudanças no momento da partida.
Luzes e movimentos quando sinto histórias preencherem o espaço da carroceria: caixas eastmancolor de papelão e madeira, jornais e geladeiras de isopor vitrificado, sacos de plástico gordos e perfumados, chaves, revistas velhas de mulheres peladas, tamancos e fortunas, brinquedos moídos em cinemascope, a bicicleta humana em technirama, pastilhas e comprimidos surrounds, antitosses, antigripais, móveis, bares e almoços...
O trabalho e o ócio do brilho reparte nas fisionomias dualidades precisas. Olho a cidade 245 dias no espelho 70 MM do retrovisor cinerama. As espiadas me fazem real desejar a estrada e zelador escrever as andanças.
Veraneio-me em panavision. Respiro fundo em 3D. Lavo o rosto do norte ao sul, leste ao oeste do país tropical. Faço da rua e viaduto, solidão e afeto, poesia e caos os elementos do roteiro das direções.
O percurso, projeção digital, é cinema.

FIM (THE END)

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