quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

RELÂMPAGOS


Feito as luzes intensas, descargas elétricas nas pontas das nuvens noturnas reparto os medos e os pânicos.
Homens frios, surgidos do nada-amanhecer, separam-me da mulher e do filho. Afundo os meus pensamentos no país de barro e lama.
Aguardo o final, o sinal da morte e o leque opaco da violência urbana. Hora em que me separo dos trabalhos e das jóias, das imagens e dos textos, dos faraós e do Nilo.
Quando os horrores acontecem nas páginas dos jornais, nos noticiários da televisão, com seres que habitam o mundo e que não habitam em nós rezamos no máximo, no mínimo.
Assim acontecido com a vida das pessoas que nascem comigo os trovões precedem os relâmpagos nos pedidos de socorro.

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