terça-feira, 23 de junho de 2009

CARA E FOCINHO


Depois de 154 minutos, tarde, entre mercenários e samurais no cinema do shopping-center Tatuapé, perto das catracas do metrô vejo uma pessoa que me faz lembrar de uma outra pessoa. A pessoa que vejo: um homem de quepe e uniforme de tripulante de avião. Ele é a cara e o focinho do Davis. Aproximo-me. De repente alguma coisa acontece no deslizamento fácil e sem esforço da mala. O homem, que pode ser mesmo o Davis, abaixa-se em direção às rodas. Com minúcias examina a parte baixa da mala de viagem, tamanho médio, decorada com blocos geométricos em busca do motivo do emperramento das rodinhas. Aproximo-me ainda mais. Nesse instante desacelero os passos devido a sentimentos súbitos vindos dos eremitérios das minhas funções psíquicas. Em questão de segundos, na plataforma de embarque, o trem atinge a estação. Não vejo mais o homem que pensei ser o Davis.
Quando conheci o Davis, noite, era festa de aniversário de um amigo em comum. Simpático, o comissário de bordo, com cortesia e sinceridade, disse-me conhecer os mercenários e os samurais. E pouco, quase nada, falou-me das aeromoças.

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