segunda-feira, 8 de junho de 2009

A FAXINEIRA


A faxineira pega o trem. Viaja. A madrugada se acostuma com as vassouras, panos, produtos de limpeza e espanadores que a faxina diária extrai das estrelas. Quando a tempestade impede os brilhos estrelários a madrugada a consola impedindo-a de seguir as mentalidades do medo. E antes do amanhecimento, quando abro portas e janelas dos textos, as palavras me mostram a faxineira a caprichar na limpeza. Pede-me não jogar no lixo as páginas dos jornais onde impressos estão os horóscopos. Depois do almoço, finalizado o expediente, ela retorna sem o uniforme de trabalho, com uma fita colorida nos cabelos. Recolhe os signos na naturalidade, no bom astral.

2 comentários:

  1. É isso, as palavras estão no ar, é só pegar. Como um quadro, um círculo com vários retalhos que formam um único sentido, uma bela imagem. bjs

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  2. Também, a palavra pia, azuleja... Torneira, enfim.

    Tudo desagua na palavra. Até as letras, números sem fim.

    Beijos palavreados!!!

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