
As barbas e os bigodes, sem intervalos, crescem em dias que ficam perdidos entre outros dias. Há dias, sem desaparecimentos, que não sabem retornar ao contato com os outros dias.
Os dias perdidos se deixam ver feito os ônibus de faróis acesos apontando feixes de luzes para os necessitados de transportes, origens e destinos.
A velocidade do tempo joga alguns dias para fora dos calendários, das folhinhas. Ficam desgarrados dos diários, das agendas impalpáveis dos pensamentos. Morrem nos esquecimentos, nos riscos, nas ignorâncias, desprovidos de aventuras. Vivem sem saber dos encontros dos mais longos ou dos mais curtos dos dias. Funduras do tempo. Tornamo-nos velhos, alvos de nuvens, vermelhos de guerras, dispersos no universo. Não sei encontrá-los. Sei perdê-los.
Faço o ato. Aciono o som do sinal de solicitação de parada. Desço do ônibus.
Há uma barbearia ali na frente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
INTERESSOU? COMENTE!
: