domingo, 5 de julho de 2009

VISITANTE DOIS


Na paisagem vista pelas janelas sinais de estrelas abandonam, horário previsto, o céu. Ao início do sol, as sombras dos homens fecham as portas dos estabelecimentos noturnos. A cidade teima em me lacrar na sala quando o visitante, meio-dia, chega sem pronunciar muitas palavras. Senta-se na poltrona azul. Remexe em papéis. Reclama da fome. Fala-me atrasado da comemoração da independência dos Estados Unidos. Inicia o almoço no restaurante do domingo na televisão.
Ao retornar o visitante abre o tubo de cola branca. Maquinante começa a colar pedaços de jornais no céu da cidade dos textos. Retiro-me da sala, horário previsto, ao início dos sinais de estrelas vistos pelas portas dos acenos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

INTERESSOU? COMENTE!
: