
Não saio mais à noite. Quando me perguntam os motivos, silêncio, não respondo.
No entanto falo da última notícia. Sou o conteúdo e o caixote fechado na sala de visitas do quarto empoeirado. Passo as noites a ler o Guia Cartoplam, a fazer posturas, entonações no corpo e na voz das ruas.
Distancio-me dos amigos. As cartas não acham os destinatários. Não vejo mais os porteiros e as mulheres nas sessões noturnas dos cinemas.
Neste meio tempo, vez ou outra, totalmente colado e costurado, sem permanecer exposto ao sol ou à lua por tempo prolongado, entro no táxi. Em silêncio peço o rumo do jardim zoológico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
INTERESSOU? COMENTE!
: