
I
Caminho, procuro e ajo feito uma cidade longe de todos os dias. Sem cotidianos e horários meus sonhos são os peixes do Bar Azul no mar de concreto da sexta-feira.
Percorro os corredores das lojas de brinquedos com a vontade de mergulhar no encontro do presente de Nerac.
Sonhos e vontades penetram nos ventos dos prazeres que sinto por peixes.
Atinjo vitrinas com os pés: bonecas, jogos de ação, suspense e raciocínio, cordas coloridas, piques, amarelinhas, orvalhos. Os desejos saem dos encantos das magias. Realizam com afetos as dedicatórias.
Canetas e ponteiros disparam passos nas palavras dos relógios.
Ao chegar, é a minha primeira vez, ao Bar Azul tempos depois do momento do almoço sou informado pelo garçom de que devido ao avançado da hora não há mais peixes na cozinha.
E daí?
À noite, ternura sem atrasos, diário escrito, será o aniversário, os 9 anos de Nerac.
Ao garçom peço, então, o trivial.
II
Entro na cozinha. Nos cômodos da festa do aniversário de Nerac os adultos se misturam às crianças.
Em certo momento convidados e diapasões tentam a orquestração afinada de ritmos populares com percussão e novíssimos cavaquinho e violão pertencentes a alguns pagodeiros, aprendizes de plantão.
Na cozinha bebo cerveja. Converso, de passagem, com cabeças, consultores, troncos, padroeiros, membros da Ordem dos Advogados do Brasil.
A mulher mais alta da festa, cujo nome sempre foge do sal do mar, vem à cozinha exibir os cabelos e buscar ondas fugazes.
Ao início do final dos comes & bebes, minutos depois do Parabéns Para Você, finalmente encontro-me com Nerac dentro da caixa guardadora dos presentes.
E ela me garante estar gostando muito da sua festa de arromba.
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