
Horário de verão e passo o domingo a limpar com desinfetante e água sanitária as manchas de sangue espalhadas nos cômodos do apartamento.
Horas e feridas demoram a passar feito tecer e bordar uma toalha de mesa que nunca termina. Cervejas, na geladeira, esperam o momento de distribuir os talheres na arte de cozinhar.
O alvejante, o Limpol, o pano, a vassoura e o rodo formam do sol a faca, a fúria, o golpe. A cidade dos textos cai estatelada ao chão. Curta é a vida que não se acaba mais. Converso, comemoro, com os mortos, sobreviventes, vivos e a fome.
Às vezes as propulsões são as lágrimas; outras vezes as propulsões são os maremotos.
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