
Não caminho certeza, direto, dúvida e decidido da República até o cinema da ponta alta da Consolação. Aos prazeres lembro-me que, meio caminho andado, chego à casa amarela, mutante de cor. No entanto, fechada, a faixa de lona virada placa luminosa insiste em chamar à vida as outras cores que saem do amarelo da casa em reforma.
Retorno à avenida. Introduzo-me no ônibus vazio que passa. A solidão se masturba com a nudez da cidade. Extrai do naturalismo o temor, o medo, a idade. Desembarco no cinema. Vejo o filme, olhares transgressores, sentimentos épicos nos corações e cabeças metidos em corpos e desejos de putas sem épocas.
Em outro ônibus, o mais cheio que passa, entro no final do filme. Imagino os passageiros, as poltronas, casa amarela de devassidões misturadas aos transeuntes.
Sem pretextos corro às baldeações nas estações dos sonhos nus.
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