quarta-feira, 7 de outubro de 2009

NO BALCÃO DO VALADARES


Noite onde as coisas estão, aparentemente, nos devidos lugares. Saio à rua com precisões milimétricas. Livro-me das amarras. Vou ao bar Valadares.
Ao atravessar a rua, frente do botequim, vejo um homem obeso sair do carro. Pressinto a sua entrada ao bar. Fico pasmado ao imaginar que ele se sentará, alto retiro, em um dos tamboretes do balcão. De dez vezes que vou ao Valadares fico no balcão onze.
É assim mesmo que acontece. Durante trinta minutos ficamos bebendo cervejas diferentes um ao lado do outro. O balcão está superlotado. Nenhum diálogo. Da minha parte um desconforto, um sentimento a me dizer que eu não deveria estar aqui nessa hora.
De repente, a televisão é ligada porque um jogo de futebol se inicia. O gerente-operário do bar, o Palhinha, mineiro da cidade de Guanhães, observa que o meu copo está vazio. Ao pedir, encarecidamente, mais uma cerveja berra o meu nome para o garçom.
O jogo de futebol leva-nos ao fim do primeiro tempo. No intervalo, sem mais nem menos, o gorducho ao meu lado se invoca com um probleminha à-toa, que nem merece ser escrito, detalhado. Paga o consumido, bate as asas e se manda de fininho.

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