sábado, 21 de novembro de 2009

6 MINUTOS


6 minutos faltam para que aconteçam caras viradas na cidade dos textos.
No 1º minuto do tempo a claridade do sol esbranquiça a tela do monitor. O computador não esconde os erros gramaticais e ortográficos no site de um homem procurado.
Mais 60 segundos de olimpíadas repassadas nos hinos nacionais como se as vitórias fossem de Esparta e as emoções de Atenas.
Unidade do ângulo é o 3º minuto em silêncio na mente da certeza de derrotas embrionárias.
Breves estações no 4º minuto combinam letras sem idiomas. Nascem axiomas ocos na vida chamuscada das palavras perdidas.
Próximos os infernos no 5º minuto violento a maltratar os ardores e os néons das paixões. Passos nas cavernas trogloditas rabiscam no deserto o crescimento consumista do mercado humano.
O diminuto epílogo respira o início.
As caras viradas da cidade dos textos se movem nas patas dos cães e das cadelas. Os animais chutam os prédios feito exímios lutadores de artes marciais. As pessoas se viram. Olham os corredores, vãos, ruas dilapidadas. Buscam no tempo algo que as alegrem.

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