segunda-feira, 16 de novembro de 2009

PASSAGEM


Descubro a passagem.
Feito uma fita indiática, que entra no nariz e sai na boca, abaixo-me e reapareço no alto de um morro verdejante onde as nuvens carregadas de água e sol fornecem uma vista fascinante.
Movo-me para dentro da casa. Simples, afetuosa e lavradia a residência me acolhe. Os cheiros das flores e dos temperos culinários inundam-me de perseveranças. É quando começa a chover.
A chuva traz a janela. Ao abri-la constato a presença de pessoas. Umas caladas, outras falantes, sorridentes. Algumas clarividentes, musicais, dedos nos anéis. No centro da sala pessoas se divertem em mesas, bolas, caçapas e tacos. Ninguém é absolutamente secreto. Bebem cerveja. Comem os frutos das terras que se estendem no panorama.
Das saladas me avivo de tomates. No arroz gravo sentimentos nos grãos. Ao pão de alho dedico poema à vera.
A chuva apalpa o corpo da terra e protege os mergulhos no sol.

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