domingo, 27 de dezembro de 2009

COROAS


Acontece o pulo de modo estranho, domingo.
Atravesso a avenida que a luz do semáforo se avermelha para os carros.
A minha sorte é caminhar. As predestinações da vida são imprevisíveis aos caprichos das rosas, orquídeas, tulipas, copos-de-leite, begônias...
Meus passos se paralelizam com as rodas e os farois dos automóveis.
As flores e os frutos dos araçazeiros derretem os portões do ar.
No viaduto dos vôos longos enxergo o silêncio dos passos, sinto as cordas das asas em fios e cruzes de altas tensões.
O salto vira pétala lilás grudada nos faroletes da cidade dos textos.

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