
Certas manhãs nascem tristes no íntimo mais íntimo da pessoa.
Logo depois que o sol nasce, antes das pernas me levarem aos textos, quando o azul da Prússia ainda é respingos no azul Celeste, um dos meus lápis de cor cai, em devaneios, dentro do copo com leite.
O leite continua branco. O lápis a boiar não se derrete como uma nave de corpo efervescente. Um dentro do outro a viverem: o leite e o copo, o lápis e a cor.
Sinto tristeza que se expande manhã, tarde e se comprova à hora em que o telefone toca. Atendo-o a suspeitar da chegada de notícia ruim. A voz do outro lado é trêmula, chorosa. Comunica-me que o Virgílio, meu querido Velho do Rio, acabara de falecer.
Da mesma cor do lápis que caíra no copo com leite o dia se faz mais triste, cinza. Conheci Virgílio sob a lua ao lado esquerdo da rodoviária de Mairiporã(SP) e ao lado direito do matagal em águas calmas. Ao centro, sentado no banco dianteiro de uma caminhonete cabine dupla, usando chapéu de feltro, cabelos brancos, vi pela primeira vez o pai de Josew.
Rô, você foi iluminado ao escrever este texto.
ResponderExcluirSeu Virgílio, é tão doce, meigo, paciente, amigo e contador de histórias que parece que ainda está no meio de nós.
Ótimo que o Josew tenha nos dado a oportunidade de conviver com ele.
Que Deus o abençõe onde quer que esteja.
Muito Legal! =) Adorei
ResponderExcluirValeu Roger,
ResponderExcluirObrigado pela sua sensibilidade descrito no texto.
O veio do rio com certeza está muito satisfeito.
Um abraço Wilson
Não sei se voce fez proposital homenagem ou "coincidência", mas nesta data, hoje, completa-se 5 anos que o "velho do rio" partiu, deixando-nos saudades e boas e engraçadas lembranças, de um homem alegre, distraído, ops, descontraído, sem estress.Éh>>> Boas lembranças
ResponderExcluir